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Estruturalismo Norte-Americano


Foi iniciado por Leonard Bloomfield (1887-1949), que foi um linguista norte-americano. Embora chamamos atualmente sua posição de estruturalista, foi apresentada como linguística distribucionalista. Nessa perspectiva, o autor pressupõe que a combinação de unidades para formar construções de nível superior é guiado por leis próprias de um sistema linguístico, ou seja, enquanto muitas construções são permitidas, muitas outras são bloqueadas na língua.



O termo distribucionismo é utilizado pois a análise linguística era feita distribuindo as  unidades em níveis, desde o fonema até as frases.

Exemplo:

A construção “Carlos praia foi a.” seria inaceitável.

Essa linha de pensamento foi construído de maneira independente do pensamento de Saussure e dominou nos estados unidos até a década de cinquenta. Mesmo com as diferenças entre o estruturalismo europeu e o norte americano, ambos possuem pontos em comum ou convergentes. Por isso o distribucionalíssimo é considerado como uma vertente estruturalista.

Pressupostos

O objetivo dessa teoria é a formação de um sistema de conceitos que fossem aplicáveis em qualquer língua, daí parte pelos seguintes pressupostos:

  • Cada língua apresenta uma estrutura específica;
  • Essa estrutura é evidenciada a partir de três níveis - o fonológico, o morfológico e o sintático - que constituem uma hierarquia com o fonológico na base e o sintático no topo;
  • Cada nível é formado por unidades do nível imediatamente inferior: as construções são sequência palavras; as palavras, sequência de morfemas; os morfemas, sequência de fonemas.
  • A descrição de uma língua deve começar pelas unidades mais simples, prosseguindo, então, à descrição das unidades mais complexas;
  • Cada unidade é definida em função de sua posição estrutural - de acordo com os elementos que as seguem na construção;
  • na descrição é necessário absoluta objetividade, o que exclui o estudo da semântica do escopo da linguística.

De acordo com a linguística distribucional, é necessário para estudar a língua:

  • a constituição de um corpus, isto é, a reunião de um conjunto variado de enunciados efetivamente emitidos por usuários de determinada língua em determinada época.
  • a elaboração de um inventário, a partir desse corpus, que permita determinar as unidades elementares em cada nível de análise, assim como as classes que agrupam tais unidades.
  • A verificação das leis de indicação de diferentes classes e exclusão de qualquer indagação sobre o significado dos enunciados que compõem o corpus.

Através desses pontos, que nos revela uma análise mecânica sobre a língua, podemos ver que essa teoria apoia-se na abordagem behaviorista.


O método de análise distribucional, que caracteriza a vertente americana estruturalista, procurava fazer uma análise perfeitamente sincrônica, através de um corpus para descrever os elementos que o forma de acordo com a possibilidade de eles se associarem entre si de maneira linear.



Daí podemos identificar nesse tipo de análise um método totalmente descritivo e indutivo (não arbitrário) formando o entendimento de que todas as frases de uma língua são formadas pela combinação de  construções (os seus constituintes), e não pela simples sequência de elementos discretos. Esses constituintes são formados por unidades de ordem inferior.

Para decompor o corpus de uma língua para fazer a análise distribucionista, é preciso dividir o corpus em camadas. Essas camadas descrevem e mostram as unidades inferiores até as microunidades.  Assim sendo, podemos fazer essa divisão a partir dos seguintes tipos de unidades (seguindo do menor para o maior): fonemas < morfemas < palavras < sintagmas < frase.

  • Frase ................................................... O aluno comprou um livro.
  • Sintagma .............................................. O aluno / comprou um livro.
  • Palavra ................................................  O / aluno / comprou / um / livro.
  • Morfemas ............................................ O / alun / o / compr / ou / um / livr / o.
  • Fonema ............................................... /O/ /a/l/u/n/o/ /k/ô/p/r/o/w/ /ũ/ /l/i/v/r/o/.


Resumidamente podemos destacar as análises de Bloomfield como um modelo demasiadamente formal que, inspirado pelo behaviorismo, rejeita a influência do meio sobre a língua.

                           

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