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Teorias Linguísticas - Gerativismo


O gerativismo é uma corrente de estudo da linguagem que iniciou-se no ano de 1957. Essa corrente foi iniciada a partir dos trabalhos de Noam Chomsky, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. O gerativismo surgiu como uma oposição à análise behaviorista da língua, no caso, o estruturalismo cujo o representante americano era Leonard Bloomfield.

Como justificativa para sua oposição ele afirma que o fenômeno da linguagem não pode ser apenas algo mecânico, que acontece com a repetição estimulada, pois utilizando o léxico de um dialeto, um falante pode criar diferentes construções que nunca foram utilizadas antes. Essa capacidade de criar leva Chomsky a afirmar que a linguagem é uma capacidade inata do ser humano, ou seja, nós nascemos com um mecanismo no nosso corpo que é responsável por desenvolver em nós a capacidade de nos comunicar. Daí, o gerativismo considera a criatividade a principal característica da linguagem humana.

A faculdade da Linguagem

Essa disposição inata do ser humano, que o permite desenvolver uma competência linguística, que também o permite criar infinitas frases de acordo com a necessidade a qual está submetido, é chamado de faculdade da linguagem. Essa competência está presente apenas na raça humana. Não presente, também, nos outros seres vivos
.
Com o gerativismo as línguas deixam de ser apenas uma atividade socialmente condicionada para serem analisadas como uma faculdade mental natural.

Objetivos da pesquisa gerativista (modelo teórico)

O gerativismo tenta responder perguntas como:

  • Como é e como funciona a faculdade da linguagem?
  • Como é possível a faculdade da linguagem ser geneticamente determinada?
  • O que há em comum entre todas as línguas humanas e de que maneira elas diferem entre si?
  • Em que consiste o conhecimento que o indivíduo possui quando é capaz de falar e compreender uma língua?
  • Como o indivíduo adquire esse conhecimento?
  • De que maneira esse conhecimento é posto em uso pelo indivíduo?
  • Quais são as sustentações físicas presentes no cérebro/mente que esse conhecimento recebe?

Para tentar responder essas perguntas os gerativistas procuram, de maneira formal, se afastar dos métodos de análises empiristas do estruturalismo e da sociolinguística. Eles tentam investir suas pesquisas sobre como a mente humana é capaz de desenvolver uma faculdade da linguagem.

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